Como professora universitária e coordenadora de curso de graduação sempre convivi com as dúvidas dos alunos: como vai ser depois que eu me formar?
Esta e outras questões sempre nos colocam em xeque, e não apenas quando estamos para pegar nosso diploma universitário, mas para a vida. Afinal, como é que vai ser daqui pra frente? E, veja, não importa o dia de hoje, sempre nos preocuparemos com o dia de amanhã.
Mundo VUCA
Sempre nos preocuparemos em como será daqui para frente neste mundo tão competitivo, neste mundo em que as vagas de trabalho estão escassas, neste mundo que pede habilidades que não temos, que pede experiência logo de cara, que pede comprometimento, que pede, que pede mais um pouquinho, e depois pede ainda mais. Professora, como é que eu fico?
É certo que o mundo anda muito maluco e que o mundo do trabalho segue esta trilha. Eu tampouco tenho uma resposta milagrosa, apenas consigo indicar alguns caminhos. Muitos deles eu percorri e deram certo. E é sobre um deles que quero falar hoje.
Hoje quero falar de uma estratégia que pensei para mim 25 anos atrás, quando eu ainda cursava a graduação e, assim como você, eu pensava no meu futuro, pensava no que iria acontecer comigo dali em diante.
Naquela época o primeiro emprego já exigia experiência, como hoje, e as incertezas eram muito parecidas. Aquela época já exigia competências que a graduação não contemplava. E com tanta insegurança ao meu redor, eu tracei a minha estratégia: vou fazer todos os cursos complementares que eu puder. Como regra eu acrescentei: vou fazer todos os cursos livres complementares cujos temas não estão sendo contemplados no meu currículo acadêmico.
Naquela época não existiam cursos livres online. Os cursos eram presenciais. Se a gente procurasse bem, era possível encontrar cursos gratuitos que abordavam os mais diversos assuntos. Hoje está bem mais fácil. Os cursos estão na internet, e a gente pode ter acesso a eles a um clique. Como hoje, os cursos gratuitos traçavam só um panorama da coisa. Se a gente quisesse se aprofundar, o melhor eram os cursos pagos. Sempre foi assim.
Mas o que importa aqui não é exatamente se o curso é online ou presencial, se é gratuito ou pago. O que importa aqui é o pensamento que está por trás disso: como usar o curso livre como estratégia de carreira.
O pensamento dos cursos livres como estratégia de carreira:
1 – Quanto mais cursos e atividades diferentes, mais diferenciais eu posso ter.
Na época, e acredito muito que vale até hoje, eu pensava que para eu sair na frente (sim, o mundo é competitivo) eu deveria adquirir novos conhecimentos e novas experiências. E quanto mais eu fizesse isso, mais meu currículo se destacaria em relação aos meus colegas de turma.
Então eu fiz tudo o que eu pude: fiz parte do Centro Acadêmico, da Empresa Júnior, dos projetos de extensão e fiz também muitos cursos paralelos. Cursos da minha área e cursos de outras áreas.
Deu certo. Foi assim que eu fui montando o meu currículo e foi assim que as coisas começaram a acontecer. Eu comecei a ter diferenciais para apresentar. Também comecei a ser chamada para participar de projetos de outras pessoas.
2 – Fazer cursos que fogem da grade curricular da graduação amplia os horizontes, nos tornas mais flexíveis e inovadores.
Em relação aos cursos livres que fiz, e que faço até hoje, eu tracei a estratégia de fazer apenas cursos cujas matérias não eram abordadas no curso de graduação. Meu intuito era claro: aprender mais e aprender mais diversificado. Eu acreditava que, no futuro, isso me levaria a ser uma profissional mais capacitada, mais conectada com o mundo, mais criativa e mais flexível para os desafios do mercado de trabalho.
Além disso, eu acreditava que isso me levaria às melhores vagas de trabalho, ou seja, às vagas de trabalho que pagam melhor e que têm os melhores ambientes.
Deu certo. Aos 22 anos eu já era professora de pós-graduação.
3 – Fazer cursos para me aprofundar em uma área em específico me torna um profissional com um conhecimento superior, mais apto a resolver problemas específicos.
Quando a gente fala em conhecimento e em capacitação a gente também está falando da nossa capacidade de resolver problemas ou de inovar. Se por um lado o pensamento flexível favorece à inovação, por outro, o conhecimento bastante aprofundado sobre um determinado assunto nos torna experts. Ou seja, conseguimos resolver problemas de forma mais rápida e precisa. E isso também é um diferencial.
Quando eu pensei na minha estratégia, eu pensei também que, quando eu encontrasse o meu caminho profissional, quando eu definisse a área que eu realmente queria seguir, eu iria me aprofundar, estudar, e estudar muito para ser reconhecida. E os cursos ajudaram bastante.
Deu certo. Hoje eu falo com propriedade de assuntos que me fascinam e eu sei que isso me torna uma professora melhor, que foi a profissão que eu escolhi para mim.
Estratégia de carreira é fazer a escolha certa.
Como escolher um curso online?
Com os cursos online, está mais fácil da gente criar nossa estratégia de carreira a partir do conhecimento.
Hoje a gente conta com a facilidade de não precisar se deslocar e, um lance que eu acho muito sensacional, hoje a gente tem acesso a grandes professores a clique de distância.
Eu tenho a certeza de que você admira alguém na sua área de trabalho e estudos. Alguém que você curte, alguém que você estudou o livro. Já pensou que legal poder fazer um curso com essa pessoa, mesmo a quilômetros de milhares de distância? Já pensou ter acesso ao que ela pode ensinar, e até mesmo de trocar conhecimentos com ela?
Pois é, hoje esta realidade é possível. Hoje você pode colocar no seu currículo que você fez um curso online com fulano, com beltrano.
Claro que nem todos que a gente admira está na internet oferecendo um curso online. Mas existe uma grande gama de professores mestres e doutores que estão com o conhecimento tinindo, que estão prontos para te ajudar, para te orientar.
E aqui já está o primeiro ponto.
4 – Escolha cursos online criados por professores mestres e doutores ou profissionais com notório saber.
Quando a gente pensa em estratégia de carreira, a gente está pensando em qualidade. Não adianta você fazer um curso só por fazer. Tem muito curso ruim na internet. Então, como é que a gente faz para escolher algum?
Eu apostaria naqueles em que os professores são mestres e doutores. Estes professores passaram anos lapidando seu conhecimento, estudando à fundo. Mas estudando à fundo mesmo. E, durante estes muitos anos de estudo deste professor (de 1 a 3 anos de mestrado e de 2 a 5 anos de doutorado), ele foi sistematizando suas ideias, foi organizando o seu pensamento, foi observando aquilo que dá certo e aquilo que dá errado.
Faz sentido, não faz?
O mesmo pensamento serve para os profissionais que são notórios saber. Estes profissionais podem ter ou não ter mestrado e/ou doutorado, mas são realmente reconhecidos na sua área de atuação e aquilo que eles vão ensinar vai estar bastante alinhado com as demandas do mercado.
5 – Escolha cursos em que estes professores mestres e doutores se colocam à disposição para conversar com você.
Vamos combinar, tem muitos momentos da vida que a gente se sente perdido. Eu me sinto até hoje, para muitas situações.
Em se tratando de conhecimento, é tão bom a gente poder contar com alguém que sabe das coisas para dar aquela forcinha, para orientar a gente, não é? Uma palavra de incentivo que seja, um feedback, uma ajuda.
Hoje em dia a palavra mentoria é muito interessante. Um mentor é aquela pessoa que caminha ao nosso lado, que nos esclarece alguns pontos, que nos aponta caminhos.
Hoje não é difícil da gente encontrar muita gente bacana online disposta a nos ajudar.
Então fica a dica para sua estratégia de usar os cursos online como estratégia de carreira: além de professores qualificados, escolha cursos online com professores dispostos a conversar com você, seja num plantão de dúvidas, seja como uma mentoria.
Alguém que possa te ajudar na sua carreira profissional, de fato.
6 – Escolha cursos que trabalhem o conhecimento de forma aplicada.
Se a gente está falando aqui de cursos para a carreira, para o mercado de trabalho, estamos falando de um conhecimento que pode ser aplicado. E aqui tem um ponto muito importe: não se trata apenas de assistir videoaulas, é preciso arregaçar as mangas e fazer acontecer.
Um caminho prático para cursos online são os estudos de caso. É a prática na teoria. Outro recurso interessante são os projetos realizados pelos alunos. Mas, independente se a aprendizagem é baseada em projetos, em problemas, em estudo de caso ou através de outra metodologia ativa, importante é a gente escolher um curso online em que sejamos protagonistas do ensino, cursos que estimulem a gente arregaçar as mangas para aprender. E isso é bem legal quando a gente quer usar os cursos online como estratégia de carreira.
Estes cursos, com metodologias ativas, promovem experiências e isso faz a diferença. Por exemplo, quando a gente sair por aí e for falar de um curso online que fizemos, poderemos dizer também do projeto que criamos, das experiências que construímos. Claro que fazer um curso só com videoaulas pode ser bem interessante, principalmente se o material for bem pensado e bem construído. Mas também não tenho dúvidas de que se a gente quer agregar valor ao nosso currículo, realizar coisas, criar de próprio punho é ainda mais interessante.
A proposta, aqui, é de transformar o conhecimento num ativo de valor. Espero que estas dicas tenha ajudado.
Um abraço e até mais.
Fernanda.